À volta da lareira: dias perfeitos mesmo com a chuva a cair e o frio a fazer-se sentir lá fora
Poucas coisas dão a sensação de aconchego e conforto como uma lareira acesa em dias chuvosos e de muito frio. Cheiros, sons e cores conferem uma magia especial a momentos que são de pura luxúria, em torno das páginas de um livro ou de convívio entre amigos. Nos alojamentos que destacamos, usufrua de experiências inesquecíveis que irá sempre querer repetir.
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A costa vicentina e o Alentejo continuam a ser locais muito apetecíveis para se visitar, mesmo fora dos meses mais quentes de verão. Qualquer que seja a época do ano há sempre um novo encanto a descobrir em cada nova deslocação que se faz a este território onde o tempo parece sempre correr mais devagar.
Longe da azáfama dos dias de praia e dos incansáveis mergulhos nas piscinas, agora é tempo de instrospeção e de aproveitar o que de mais genuíno os alojamentos locais têm para oferecer. Dedique-se a tranquilos passeios pelas herdades, o convívio com os hábitos locais e usufrua de mais tempo para dedicar e mimar corpo e alma, quer seja através de aulas de ioga ou uma relaxantes massagens. Se a chuva não se fizer anunciar há passeios a de bicicleta ou a pé para fazer, cenários naturais para percorrer ou património arquitetónico para descobrir. Mas o melhor de tudo, são mesmo as tardes de preguiça à frente de uma lareira, a ler um livro ou a contar e a ouvir histórias, em família ou junto de amigos.
Os petiscos, preferencialmente com produtos da terra são sempre bem vindos. Queijos, enchidos, pão, vinho tinto e pouco mais é preciso para belíssimos momentos gastronómicos. Melhor, só mesmo os tradicionais pratos de tacho que aquecem quase tanto como a lareira acesa. Para um programa com dose de romantismo extra, escolha um alojamento com lareira no quarto e eleve a sua escapadela a um novo patamar de puro luxo.
IMANI COUNTRY HOUSE – Hotel aderente Cartão Hotéis de Campo
A lareira já acesa nos dias mais frios aquece a suíte antes da sua chegada, para que possa desfrutar do aconchegante calor desde o primeiro minuto. Depois é só aproveitar o ambiente, abandonando-se à leitura de um livro, ao som da lareira a crepitar. Refúgio ideal para uns dias dedicados ao descanso, a Imani alia o seu ambiente acolhedor a um serviço de excelência revelado, por exemplo, no pequeno almoço que é servido até ao meio dia, no minibar gourmet ou nas amenities Hermès. Com áreas que variam entre os 35 e os 80m2, a propriedade tem cinco suítes e dois quartos duplos decorados individualmente, com mobiliário vintage e peças surpreendentes. Na envolvência deslumbram os jardins centenários e os bosques de cedros.
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MONTE FALPERRAS – Hotel aderente Cartão Hotéis de Campo
A cor do fogo a incidir nas paredes em xisto confere uma atmosfera bastante intimista à casa do Monte Falperras, uma propriedade rural na margem do lago do Alqueva, em Mourão. Com portas abertas ao turismo há já 12 anos, este alojamento disponibiliza seis quartos duplos, confortáveis e luminosos, que deixam a Natureza entrar pela janela. Tecidos claros, mantas artesanais, paredes brancas com apontamentos em xisto e alpendres sombreados por caniço fazem do local um sítio encantador, onde apetece ficar. Para aproveitar os dias de sol, mesmo no inverno, são disponibilizadas bicicletas para passeios na propriedade. A casa, com capacidade máxima de 12 pessoas, é alugada na totalidade, estando equipada com todas as funcionalidades necessárias.
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CASAS DE JUROMENHA – Hotel aderente Cartão Hotéis de Campo
Destinadas a duas ou quatro pessoas, cada uma das seis casas disponíveis dispõem de uma lareira sempre pronta a aquecer nos dias frios e a dar conforto aos olhos que repousam sobre as crepitantes brasas. Decoradas com a simplicidade a que convida o ambiente rural, mas onde a elegância e o conforto não são esquecidos, as casas têm também ar condicionado, cozinha equipada e um terraço com vista para o jardim e o rio Guadiana. O pequeno-almoço é servido nas casas e inclui bolos secos caseiros, pão e croissants quentinhos e sumo de laranja acabado de espremer. Este turismo rural fica localizado nas margens do Guadiana, na vila de Juromenha, que pertence ao alentejano concelho do Alandroal.
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MONTE DO CARDAL
Quem bem que sabe a ver e ouvir a lenha a crepitar nas salamandras das casas de campo do monte. Uma outra forma de aproveitar este alojamento que privilegia a tranquilidade num espaço rodeado de Natureza. Petiscar com produtos regionais e acompanhar com um copo de vinho frente à lareira é um dos prazeres supremos destes dias mais frios, servindo-se também na mesma sala jantares inspirados na gastronomia local e pequenos-almoços. Além das casas, este turismo rural tem também um apartamento T1 com mezanino, com capacidade para até quatro pessoas, três quartos duplos e três quartos twin. Quando o tempo está bom, convida a passeios nos quase 2000m2 de jardins, entre a centena de 100 oliveiras existentes.
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CASA DO EIRADO – Hotel aderente Cartão Hotéis de Campo
Esta casa foi recuperada das ruínas de uma habitação rural do final do século XIX, que pertenceu à família Simões. O projeto foi idealizado pelo proprietário, Sr. José, e pode ser considerado uma homenagem às suas raízes.
No interior da Casa do Eirado encontram-se elementos únicos como uma significativa colecção de olaria popular portuguesa, livros sobre a cultura algarvia (gastronomia, arquitetura e arte popular), bem como preciosidades musicais em forma de discos e LP’s.
A cozinha é um capítulo à parte nesta história. É o lugar onde mesmo quem não tem muita habilidade culinária, encontra inspiração. Livros dos mais variados temas culinários dividem a prateleira com louças tradicionais e coleções de antigos utensílios de cozinha. Isso acontece pela valorização e vasto conhecimento gastronômico de Aida Simões, esposa do Sr. José. Outros elementos decorativos foram preenchidos com o talento de Miguel Simões, filho do Sr. José, através de fotografias e desenhos.
A casa é um bom exemplo da arquitetura rural popular e vernacular do Algarve. Cal, madeira, pedra e terracota são os materiais tradicionais com texturas que ainda podemos experimentar. A quase virtual ausência de elementos decorativos na Casa do Eirado leva-nos a um tempo e a uma sociedade onde não havia lugar para o supérfluo.