Fim de semana Perfeito em Pleno Património Mundial da Unesco
Desfrute de um fim de semana fantástico em pleno Património Mundial da Unesco – Douro.
texto: m.a.
Muito mudou na mais antiga região vinícola do mundo desde 14 de dezembro de 2001, quando o Alto Douro Vinhateiro se tornou Património Mundial da UNESCO: renovaram-se as vinhas, abriram-se adegas, investiu-se em quintas, hotéis e restaurantes. E se o Túnel do Marão encurtou distâncias e o vinho atraiu novos moradores, também serviu para atrair cada vez mais visitantes e turistas à procura de passeios, provas e estadias de sonho numa paisagem única que combina a natureza monumental do vale do rio Douro, feito de encostas íngremes e solos pobres e acidentados, com a acção ancestral e contínua do Homem.
Neste roteiro de fim de semana, não só lhe sugerimos algumas quintas que o receberão com hospitalidade, como também indicamos atividades que o vão levar a conhecer a fundo o Douro vinhateiro, seja sobre carris, a bordo de um barco ou sentado à mesa a desfrutar do que de melhor a região tem para oferecer.
Uma das melhores formas de conhecer as características únicas do Douro é sobre carris, já que o percurso rente ao rio entre as estações de Régua e Pocinho é de uma beleza deslumbrante. Há comboios históricos que fazem esse traçado em dias específicos, mas se preferir uma experiência mais real, e, portanto, menos turística, o que sugerimos mesmo é que compre um bilhete de ida e volta da linha da CP (Comboios de Portugal) e embarque numa viagem que, na verdade, de normal terá muito pouco, tal é o carácter único da paisagem.
O restaurante Aneto & Table, de decoração contemporânea e que fica nos armazéns da CP em Peso da Régua, tem um menu de tapas e outro de pratos principais com iguarias como rebuçado de alheira de caça, carpaccio de atum ou naco de vitela que sabem ainda melhor se forem harmonizados com vinhos da região.
Umas das experiências mais apreciadas por quem visita o Douro é conduzir na Estrada Nacional 222. Mais em concreto, entre Peso da Régua e Pinhão. É um troço muito elogiado pelos amantes de condução e considerado uma das viagens de carro mais bonitas do mundo (ainda que, manifestamente, seja uma viagem curta).
Mesmo antes de chegar ao Pinhão aproveite para fazer um desvio até à Quinta da Côrte, onde poderá visitar a casa e a adega que têm o dedo do arquiteto e designer francês Pierre Yovanovitch. Atente aos detalhes – como os candeeiros em forma de bago de uva ou de balões – que dão um toque algo excêntrico e carismático à traça tradicional duriense. O almoço é servido no alpendre, rodeado pelos 25 hectares da quinta, ou na cozinha tradicional. Há um menu de saladas, de empadas variadas (que incluem os famosos covilhetes de Vila Real) e tábuas de queijos e enchidos.
Não se vá embora sem primeiro desmoer o almoço passeando por um dos três trilhos que a quinta tem assinalados dentro da propriedade. A duração depende do ritmo da passada, mas andará à volta dos 30 a 45 minutos. Despeça-se e prossiga numa viagem breve, de cerca de um quarto de hora, até ao Pinhão. É nesta bela vila à beira-rio que estão atracados os barcos da Magnífico Douro, a empresa que tem o único barco 100% elétrico a circular nas águas do Douro. Estes passeios náuticos levam-no a uma zona do Douro onde as estradas nacionais não chegam, onde impera a natureza e as vinhas e onde a paisagem é contrastada pela presença de casas senhoriais.
Quinta do Vallado
Para passar a noite, recomendamos agora a Quinta do Vallado, mais perto de Peso da Régua do que de Pinhão e uma óptima desculpa para regressar à Estrada Nacional 222. Se alguém tivesse dito a Antónia Adelaide Ferreira – magnata vínica do século XIX – que quase 300 anos depois de plantar as primeiras vinhas na Quinta do Vallado, portugueses e estrangeiros fariam fila para lá ficarem hospedados, possivelmente ela responderia: “Deixem as garrafas de vinho do Porto sossegadas durante uns tempos.” Erguida perto do Peso da Régua, a Quinta do Vallado pertence a descendentes da mítica Ferreirinha.
O edifício mais antigo – onde pode ficar hospedado – nasceu em 1733 e o mais recente abriu portas em 2005. No total, a quinta tem 19 quartos e uma mão-cheia de experiências que poderá fazer com um copo na mão. Faça uma visita pela cave e pela adega ou uma prova vínica ao ar livre, e não deixe de visitar a loja da quinta, onde pode comprar os vinhos servidos no restaurante da propriedade.
Six Senses Douro Valley
Por fim, a última sugestão de alojamento leva-nos até à Quinta do Vale de Abraão, em Lamego, onde encontramos o Six Senses Douro Valley na margem sul do Douro. Este deslumbrante hotel com 57 quartos e suites com vista panorâmica sobre o vale fica numa propriedade com sete hectares, entre vinhas centenárias.
O Six Senses Douro Valley é conhecido pela sua decoração contemporânea, que já lhe valeu um prémio de design, e que integra materiais naturais com elementos decorativos de artesãos e designers portugueses. Os quartos, com áreas generosas, têm janelas amplas que favorecem a bela vista para as vinhas.
Além de o hotel ser conhecido pelo design, é também internacionalmente reconhecido pelo seu spa — um dos melhores da Europa, com 2.200 metros quadrados e toda uma panóplia de tratamentos e equipamentos de bem-estar que se possa imaginar, como, por exemplo, uma piscina interior com vista panorâmica para a floresta, jatos de massagem e terapia de som subaquática. Ao spa do Six Senses não faltam programas de bem-estar, tratamentos estéticos e treinos que podem acontecer em aulas de grupo ou acompanhado de forma personalizada por um profissional do hotel.